segunda-feira, 18 de junho de 2012

Codependência e Libertação


Hoje encontrei inspiração no trecho bíblico "Se, portanto o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres" (Jo 8,36).Tracei em minha mente o texto que gostaria de escrever sobre a codependência e a libertação. Quando entrei no blog para a postagem, li algumas perguntas parecidas. As indagações são feitas por aqueles que clamam por saber se “Codependência tem cura”. 
Quando fazemos esta pergunta, certamente, nosso sofrimento já ultrapassou muitas fronteiras. Cansados, desanimados, descrentes, sem esperança caminhamos pela vida nos arrastando, ou melhor, andando em círculos, em torno do outro, de sua doença, de seu problema, de seus comportamentos. 
Porém, partilhando com os iguais, podemos sentir novamente a esperança, afinal se todos temos as mesmas sensações, passamos pela mesma vivência e existe “cura” para uns, existirá também para “nós”. 
E o que vem a ser a cura da codependência? Este transtorno que nos envolve como uma serpente que, sorrateiramente, dá o bote é como uma prisão. Somos adictos – escravos – da situação. Pensamos que controlamos o outro, mas não temos controle sobre nós mesmos, achamos que conhecemos o outro, mas não temos noção de quem somos. Prometemos nunca mais repetir os deslizes que arrasam nossa autoestima, mas, sem perceber, lá estamos nós novamente. E esse jogo de vai e vêm, de cai e levanta, de começa e para nos faz perder a confiança em nós mesmos, na vida, nos outros. Daí vem a pergunta: “Codependência tem cura”?
A cura da codependência chama-se libertação. É preciso nos desapegar de tudo aquilo que nos escraviza, é preciso fazer o desligamento emocional, é preciso entregar a vida do outro ao Poder Superior. Porém, tais tarefas não são fáceis. São difíceis de fazermos sozinhos. 
Daí surge e minha inspiração: Se, portanto o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres". 
Você já experimentou se recolher em seu quarto, no silêncio, após um banho gostoso, com a janela aberta e conversar com Jesus? 
Já experimentou pedir com fervor que ele o liberte das amarras do transtorno que o impede de avançar na vida, de ser realmente feliz, e aprender a amar sem doença?
Já experimentou entregar nas mãos do Pai todos os seus anseios em relação a outro ser humano?
Já fez uma oração em prol de cada parte do seu corpo, mente e alma que precisa de cuidados? 
Se não fez nada disso, experimente!
Conversar com Jesus é a certeza de ser ouvido. Pedir que Ele o liberte é a certeza de ser verdadeiramente livre. Entregar-se ao Pai é libertação. Orar por você é mudar o foco, é perceber, nem que seja pela primeira vez, as suas reais necessidades e respeitá-las, dar-lhes a devida atenção. 
Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele é a cura. 

3 comentários:

  1. Anônimo13/3/12

    A co-dependência muitas vezes é pior que a D.Q, pois no meu caso já saio de casa pra trabalhar pensando...será que ele vai usar....será...será...
    E fico o dia inteiro com dúvidas...uma verdadeira pertubação...quando chego em casa, qualquer alteração de humor é motivo para eu desconfiar...o pior que não sei identificar quando meu esposo usa a maldita cocaína...confesso que isso me frusta muito, penso como fui parar num relacionamento assim...não é nada fácil amar um dependente sem virar dependente das dúvidas, das desconfianças, da angústia, etc..
    Meu Deus porque esta droga existe !

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    1. Existe o Nar-Anon, que talvez possa a lhe ajudar ;)
      http://www.naranon.org.br/

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  2. Anônimo16/5/12

    Ás vezes me sinto mais abstêmia que o próprio dependente químico. A ansiedade ou irritabilidade que ele começa a demonstrar aos poucos, dia-a-dia, durante seu tratamento compulsório (imposto pelos familiares), refletem em mim como um espelho , só que para dentro de mim. E desse dentro, transbordo ao redor, aos amigos, à família, aos colegas de trabalho (que nada sabem), a quem passa cruzando inocentemente ou acidentalmente ao meu lado nesses dias.... ao invés de terem de mim uma energia de vida, me sinto como que sugando cada irradiação de paz que esses irmãos, sem saber me transmitem.
    Me sinto egoísta pq escolho sofrer por alguém que sequer coloquei no mundo, que não é da minha família de sangue, e com quem nem me casei formalmente! Que merda!!!! será q me olhar no espelho vai resolver? Ou basta ouvir de quem me ama um " vc está me cansando com essa história", "qdo voltará a me fazer sorrir e me ouvir, com minhas mazelas tb desse mundo? Vc realmente acha que está amando essa pessoa qdo lhe traz tanta perturbação e assim vc se ofusca?"
    E aí eu respiro, sem responder...- Que merda, eu preciso dessa droga de dor pra me tocar e mudar o rumo? Meu rumo!!!!
    Poderia agora discursar linhas afins sobre os “poréns”, desculpas...argumentos retóricos de uma co-dependente que sou....uso o outro pra me justificar? Para embasar minhas falhas ou medos de viver minha vida de uma maneira mais livre, ética e coerente para mim mesma? Sim, só para mim!!! Certas coisas são tão profundamente individuais que por mais pueris que aparentam,somente eu mesma lhes posso dar o justo valor, precioso, que me têm! E quanta riqueza vejo em detalhes tão pequenos nessa vida! Ah! Sabores, cheiros, contatos, ignorâncias, cores e sons! Nuances únicas que tenho a dádiva de perceber! Então pq esta bosta de co-dependência meu deus!!!! Deve faltar um ajuste num parafuso dos meus miolos ou simplesmente coragem?
    Não, não sou de toda covarde, nem tímida! Um pouco teimosa e geniosa sim! Mas boto minha cara a tapa. A mão no fogo por alguém que amo. E me estrago a noite, me entrego ao luar para depois rejuvenescer à praia. Carioca que sou, rendo-me ao “astro rei”, ao mergulho no mar, a minha mãe Yemanjá. Gosto de pisar na mata, do banho de cachoeira, dos barulhinhos ao redor....
    Então pq “diachos” abafar tudo isso em detrimento de outrem? Que merda é essa que tenho em mim que não me deixa viver e doar todos os tons de luzes que posso emanar?!!!
    - Vai se danar co-sei-lá-o-que-que-não-me-deixa-viver!!! Sai pra lá com os seus botões que eu chego cá com os meus colhões! Vou me desapegar de você com toda delicadeza necessária...vou lhe vigiar para que não encontre aconchego no meu coração latente, almejante de carinho, frágil e dócil. E não me venha com suas artimanhas atiçar meus “pecados capitas”, estarei atenta ao brotar um ramo de orgulho, raiva ou preguiça derradeira. Vestirei a “persona” do ceifador arrancando-lhe a raiz, pq no meu jardim só nascerá de hoje em diante, o que eu semear com cuidado, jogando as boas sementes na terra orgânica, com seus bichinhos e seus benéficos nutrientes, no mais, a natureza fluirá, no compasso de uma bailarina, que “dança até o Sol raiar”.
    “Quando eu cheguei tudo, tudo
    Tudo estava virado
    Apenas viro me viro
    Mas eu mesma viro os olhinhos
    E se você fecha o olho
    A menina ainda dança
    Dentro da menina
    Ainda dança
    Até o sol raiar
    Até o sol raiar
    Até dentro de você nascer
    Nascer o que há!

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